N'um botão uniforme se conservam.
É quinquefido o calyx nas primeiras, Nas segundas inteiro; porêm nestas Em partes cinco o style é repartido: A bolota é seu fructo, o qual descança, Como n'um copo ou taça, sobre o calyx.
Não posso, ó filhas, não, revelar quanto Nesses bosques que vejo, observo, admiro: Botanicos arcanos são o objecto
Do simples Botanista; outros prodigios A mente enlevam do Poeta absorto: E, sem perder de vista a Natureza, Com ficções me arrebata a Poesia; Leva-me a Musa a rastros para o Pindo: Cançam-me regras, sôlta corre a idéa, Como a nympha que dança no arvoredo.
Sanguineo fructo, folhas cordiformes Com suspiros n'um tronco o vento agita: De Pyramo e de Thisbe o triste fado D'acolá me recorda uma amoreira. (33)
Nesse outeiro isolado Atis expia, (34) Convertido em pinheiro, seus prazeres: Cybelle austera o sacerdocio vinga, Gema, ou não gema a bella Megarida.
O Cypreste alongado a vista assusta, (35) Ao pé dos monumentos; annuncia
Do triste Cypariso a morte infausta.
A Nogueira... Mas esta que seus ramos (36) Espaçosos estende, e o nome empresta,
N'outros versos virá: daquella fallo Que não vegeta, vive; e viver póde Alem da morte, aonde a gloria a chama.
Tu, Nogueira (+), que tens luzes sobejas, Desdenha a competencia c'o Carvalho: Adoça esse rigor, essa aspereza
Que o seu systema estragador plantava. Não fertilisa a terra sangue nobre Que sem fé nem piedade se derrama. sempre vil Podêr, quando se funda Na inveja, na vingança, e na cabala. Alonga a vista aos seculos futuros; Lê, pois Clio piedosa o Livro te abre. Escolhe nessas paginas qual dellas Queres encher, com gloria, ou vituperio:
<< Desertando os altares, (diz a Musa) Um Ministro do Ceo se fez do Inferno, E co' as serpes de Alecto morde, assalta As progenies heroicas dos quarenta (**) Que n'outro tempo a Patria resgataram. >>
Dirá talvez, conforme o que fizeres: « Um Ministro do Ceo, tal foi na terra; Á Patria restaurou seus ornamentos, Distinguio as calumnias da verdade. Não invejou grandezas, pois foi grande Na probidade e justo amor da Patria. Calmou paixões, e deo impulso á gloria. >> Qual destas duas paginas te serve?...
(*) Ricardo Raymundo Nogueira, um dos membros da Regencia. (**) Os acclamadores do Duque de Bragança, ElRei D. João IV.
Como a historica Musa nesta Classe Me leva o pensamento a seus assumptos, Roubando o nome ás plantas? Não me esquece O immortal Amarante (+), a Sagittaria, Ornatos dos jardins; um, a quem Marte Empresta o fogo com que accende o brio; Outra, que as formas tem d'Etneas frechas.
Á sombra dos salgueiros lacrimosos, Co' as harpas sonorosas e as cantigas, Os echos commovei nestes desertos; Observai na Dioecia as plantas varias. Fugi do teixo envenenado e triste, Recordando os melodicos avisos Do Cysue Mantuano, acauteladas. Passai á exploração da Polygamia, (37) Entre acacias, sycomoros, e freixos; Uma planta achareis digna das Musas, Que falla ao coração e ao pensamento. Creio que nella transformada mora
Uma Nympha á qual dor, modestia e brio Abriram do Orco a tenebrosa entrada. (**) Qual púdica donzella, a Sensitiva (38) O contacto recêa de um profano;
Como a virgem que um simples toque assusta, Foge de qualquer mão, descóra e murcha. Seja esta planta o seu modelo, ó filhas; C'roem-se della, por divisa a escolham: Fugir é triumphar no nosso sexo,
(*) Amarante, por Amarantho, em allusão ao Conde d'Amarante, Fran cisco da Silveira.
DESPERTAR do somno pela manhã
nha filha Queixumes -A Cryptogamia, 24." Classe -Os Fetos-Os Musgos-As Algas-Os Fungos -Comparação -- As Palmeiras-As Palmas, symbolo da gloria — A Palmeira das Indias - As da Iduméa - Recordação dos Gregos dos tempos heroicos Allocução ao general britannico Arthur Wellesley - Visão Desmaio-Predicção e ju
« AnteriorContinuar » |